segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

OPUS NIGHT


Opus Dei?
Antes Opus Night que, por sinal, é um personagem dos contos de A Cavalo no Diabo do José Cardoso Pires
Gente que, eternamente, não se enxerga.
Esta gente vive nas trevas seculares.
Nem o reino dos céus os aguarda!
O texto encontrei-o no Horas Extraordinárias de Maria Rosário Pedreira:

A Idade Média já foi, mas parece que deixou rasto até hoje. Leio num jornal que existe um novo Index, uma lista negra de livros e autores banidos pela Opus Dei, que proíbe terminantemente os seus membros de os ler. Entre eles, está, evidentemente, Saramago e os seus Evangelho Segundo Jesus Cristo e Caim; mas, se pensava que eram só os livros que de algum modo provocam a Igreja católica a estar no rol, desengane-se, porque são mais de 30 000 os títulos dele constantes – e alguns são de pasmar, como O Primo Basílio, de Eça de Queirós, ou O Dia dos Prodígios, de Lídia Jorge. A Sociedade Portuguesa de Autores já repudiou a lista, no que ela tem de atentado à liberdade de expressão, e o mesmo fizeram os autores visados que acharam que a Opus Dei devia ter vergonha de nomear livros para a fogueira no século XXI. Porém, os especialistas em Direito defendem que, do ponto de vista legal, a lista é inatacável e que, por isso, o Estado não pode aplicar sanções. Mas imagine-se que a organização proibia os seus membros de ler Os Maias, que faz parte das metas curriculares e é de leitura obrigatória pelos alunos. Os jovens filhos de membros da Opus Dei prefeririam chumbar a desobedecer aos pais? Está tudo louco, digo eu.

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