segunda-feira, 6 de julho de 2015

OS IDOS DE JULHO DE 1975


6 de Julho de 1975.

NO ESTÁDIO da Várzea, na Cidade da Praia, foi ontem proclamada a independência de Cabo Verde.
Aristides Pereira foi eleito Presidente da República.
Na cerimónia, um emocionado Vasco Gonçalves representou Portugal:
Em nome do Presidente da República Portuguesa, em meu nome, em nome do Conselho de Revolução, em nome do Governo Provisório e sobretudo em nome do povo português, eu grito, do fundo da nossa alma de portugueses: Viva a independência de Cabo Verde.
O final do discurso foi guardado para a evocação de Amílcar Cabral:
Julgamos ter também o0 direito de considerarmos Amílcar Cabral como português. Amílcar Cabral era também um português. Teve formação em Portugal. Em Portugal ajudou os portugueses a aprenderem a ler nos centros republicanos. Combateu pela liberdade em Portugal e numa determinada altura veio continuar esse combate para a sua terra. Amílcar Cabral enriqueceu a vossa cultura, mas enriqueceu também a nossa, enriqueceu também a acultura dos portugueses. Devemos muito a Amílcar Cabral. Os nossos teóricos, os nossos rapazes, leram e leem as obras de Amílcar Cabral. Meditam, e meditam sobretudo no seu corajoso exemplo. Isto não é uma figura de retórica. Peço pois que me permitam que considere Amílcar Cabral um figura da nossa cultura. É da cultura portuguesa, ´+e da cultura cabo-verdiana, é da cultura luso-africana.


Fontes:
- Acervo pessoal;

Os Dias Loucos do PREC de Adelino Gomes e José Pedro Castanheira.

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