6 de Julho de
1975.
NO ESTÁDIO da
Várzea, na Cidade da Praia, foi ontem proclamada a independência de Cabo Verde.
Aristides
Pereira foi eleito Presidente da República.
Na cerimónia, um
emocionado Vasco Gonçalves representou Portugal:
Em nome do Presidente da República Portuguesa, em meu
nome, em nome do Conselho de Revolução, em nome do Governo Provisório e
sobretudo em nome do povo português, eu grito, do fundo da nossa alma de
portugueses: Viva a independência de Cabo Verde.
O final do
discurso foi guardado para a evocação de Amílcar Cabral:
Julgamos ter também o0 direito de considerarmos Amílcar
Cabral como português. Amílcar Cabral era também um português. Teve formação em
Portugal. Em Portugal ajudou os portugueses a aprenderem a ler nos centros
republicanos. Combateu pela liberdade em Portugal e numa determinada altura
veio continuar esse combate para a sua terra. Amílcar Cabral enriqueceu a vossa
cultura, mas enriqueceu também a nossa, enriqueceu também a acultura dos
portugueses. Devemos muito a Amílcar Cabral. Os nossos teóricos, os nossos
rapazes, leram e leem as obras de Amílcar Cabral. Meditam, e meditam sobretudo
no seu corajoso exemplo. Isto não é uma figura de retórica. Peço pois que me permitam
que considere Amílcar Cabral um figura da nossa cultura. É da cultura
portuguesa, ´+e da cultura cabo-verdiana, é da cultura luso-africana.
Fontes:
- Acervo
pessoal;
- Os Dias
Loucos do PREC de Adelino
Gomes e José Pedro Castanheira.
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