sexta-feira, 24 de julho de 2015

OS IDOS DE JULHO DE 1975


24 de Julho de 1975

AGRAVA-SE a situação político-militar em Angola.
A ponte aérea, entre Luanda e Lisboa tem vindo a ser reforçada chegam ao aeroporto de Lisboa à volta de mil pessoas por dia.
Passarão a ser conhecidos como retornados.
Ao todo, terão regressado mais de 400 mil portugueses.

TANTO o Partido Socialista como o Parido Popular Democrático, proíbem que os seus militantes venham a fazer parte de um novo governo chefiado por Vasco Gonçalves.

Transcreve-se o comunicado do Partido Socialista, bem como um artigo de opinião de Armando Pereira da Silva, publicado no Diário de Lisboa:



VERGÍLIO FERREIRA no seu Conta-Corrente:
A situação política continua grave. Por todo o Norte do País vai despertando o ódio ao comunismo: assaltos, confrontações. A grande questão é agora a substituição do Vasco Gonçalves, que finalmente se revelou um camarada batido. O partido Socialista exige a sua rendição, os comunistas e aliados seguram-no desesperadamente. Há um erro de bom tamanho nos que nos querem infligir o comunismo e é que esse regime só é viável em povos primarizados (culturalmente, civilizacionalmente, economicamente). Nós somos europeus, que é que querem? Temos hábitos evoluídos, uma cultura que está para além da instrução, mesmo uma economia que não tem só que ver com a cortiça, um tipo de relações que vai um pouco além da do senhor/escravo, hábitos de inteligência, de vida que teriam de regressar, voltar ao princípio, à sociedade elementar generalizada do caldo de unto e do abc.

O SEMANÁRIO O JORNAL dedica largo espaço das suas páginas ao clima de anticomunismo que se tem feito sentir no centro e norte do País.
Afonso Praça, que fez a cobertura do assalto ao Centro de Trabalho do Partido Comunista Português em Alcobaça, tem este precioso apontamento que fala por si:.


Fontes:
- Acervo pessoal;
Os Dias Loucos do PREC de Adelino Gomes e José Pedro Castanheira.
- Conta-Corrente de Vergílio Ferreira

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