Maria veio buscar-me à noite e perguntou-me se eu
queria casar com ela. Respondo que tanto me fazia, mas que se ela queria casar,
estava bem. Quis então saber se eu gostava dela. Respondi, como aliás
respondera já uma vez, que isso nada queria dizer, mas que julgava não a amar.
«Nesse caso, porquê casar comigo?», disse ela. Respondi que isso não tinha
importância e que, se ela quisesse, nos podíamos casar. Era ela, aliás, quem o
perguntava, e eu contentava-me em dizer que sim.
Albert Camus em O Estrangeiro
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