quinta-feira, 19 de novembro de 2020

SARAMAGUEANDO

JoséSaramago reconheceu que se um funcionário do Registo Civil não tivesseacrescentado ao José de Sousa que o pai queria que se chamasse, a alcunha porque a família era conhecida na Azinhaga do Ribatejo, teria que arranjar um pseudónimo para os livros que tencionava escrever.

É assim que o Dicionário de Morais nos diz o que é Saramago:

«Saramago, s.m. Bot. Nome vulgar do Raphanus Raphanistrum Lin., e do Raphanus microcarpus Lge, ervas anuais da família das crucíferas, tribo das sinápeas, subtribo das brasscinas, que cresce sem cultura quase em todo o Portugal e é também chamada rábão-silvestre: « - Olhe aqui por este rego adiante… Além onde bate um saramago, está uma lebre». Brito Camacho, Gente Rústica, 14; «E até lá (S. João), comiam os saramagos sem tempero, a comida extreme era deglutida a custo, como uma necessidade», Noel Teles, Terra Campa, 60; «Depois, mal começa a encanar, os trolhos são percorridos em todos os sentidos pelas apanhadeiras de leitugas, marcavalas, abróteas, diabelhas, saramagos e outras ervas gordas…» Aquilibo Ribeiro, Aldeia, 172.»

Algures nestes 10 anos de Cais do Olhar, tenho a vaga ideia de ter prometido que contaria a historieta da posse, na biblioteca da família, do «Grande Dicionário de António Morais Silva.

Espero que estes dias de pandemia não me façam esquecer de a contar.

Nada de especial, apenas uma historieta como outra qualquer.

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