sábado, 7 de novembro de 2020

ANTOLOGIA DO CAIS


 Para assinalar os 10 anos do CAIS DO OLHAR, os fins-de-semana estão guardados para lembrar alguns textos que por aqui foram sendo publicados


 OS CLÁSSICOS DIO MEU PAI

 

Um disco que arrepia, dizia o meu pai cada vez que lhe pegava.

No seu entender não seria fácil voltar a juntar, num só disco, gente de tanto gabarito: Beethoven, David Oistrakh, Mstislav Rostropovich, Sviatoslav Richter, Herbert Karajan dirigindo a a Orquestra Filarmónica de Berlim

Uma das jóias da coroa da discoteca da casa.

O meu pai haveria de gostar de saber que David Oistrakh,  recusou uma recepção da Marquesa do Cadaval, para ir ao Estádio da Luz ver o Benfica e o Eusébio. Marquesas do Cadaval há muitas espalhadas pelo mundo, Eusébio é que só aquele.

A história conta-a o José Gomes Ferreira no 4º volume dos seus Dias Comuns

“O incomparável violinista soviético David Oistrakh está em Lisboa. E ontem, depois de um concerto triunfal no Império, foi convidado para uma recepção em casa da Marquesa do Cadaval.
O russo porém recusou e preferiu ir assistir a um desafio de futebol em que jogava o Eusébio – hoje o português mais conhecido em todo o mundo pela maneira como joga à bola.
- O Choskatovich ainda gosta mais de futebol do que eu – confidenciou o genial violinista não sei a quem.”

A marcar a página do livro do Zé Gomes, está um velho anúncio do “Diário de Notícias” de 16 de Agosto de 1968 dando conta da participação de Igor Oistrakh, filho de David Oistrakh, no XII Festival de Sintra no dia 19 de Agosto de 1968.

Fica aqui como mera curiosidade.


Texto publicado no dia 30 de Outubro de 2010.

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