terça-feira, 22 de março de 2011

A APRENDIZAGEM DO OLHAR


Pode-se ensinar a técnica, o manuseamento correcto da máquina, a escolha certa dos tempos de exposição, as virtudes da profundidade de campo, os mecanismos complicados da revelação e da ampliação, as regras antigas da composição. Pode até ensinar-se a imitar o que os outros fizeram. O que não se ensina (o que não quer dizer que não se aprenda) é a ver. E é bom que assim seja. Se todos tivéssemos o olhar do Cartier Bresson, todos fotografaríamos como ele, o que, além de monótono, seria triste. A aprendizagem do olhar faz-se só. Não serve adoptar um olhar dum mestre senão para tentar ir mais longe que do que ele ou, por rebeldia, fazer o que ele não fez.

Texto e fotografia de Gérard Castello-Lopes

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