“Valparaíso é uma quarentona (ou quarentão – nada de machismos em se tratando de uma cidade!) transbordando de saber, mistério, experiência, imaginação, liberdade, que se faz descobrir em cada olhar, cada sorriso, cada carícia. Valparaíso é uma sedutora, com uma alma enorme, um coração gigante e constantemente surpreendente.
Nos quatro dias que passe(e)i em Valparaíso, várias vezes dei por mim no mesmo beco, que já não era o mesmo, pois sempre me trazia algo novo ao olhar: uma cor, uma sombra, uma paisagem, um graffiti, uma porta, hoje, aberta, uma frase na parede, um gato passeando no telhado ou espreitando por trás da janela, um cão pachorrento deitado no passeio. E depois, sendo as ruas e escadas um verdadeiro labirinto, incomparavelmente mais complexo que os das paciências, deixo-me levar por um novo trilho, com a certeza de não saber o que me espera nem onde me leva. Mas importante é “por onde me leva” e isso nunca foi uma desilusão.”
Texto e imagens de Idílio Freire
Legenda: mais murais de Valparaíso
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