domingo, 25 de maio de 2014

FESTA ESCOCESA EM LISBOA

  
O Inter de Milão vivia a sua época de ouro com Helenio Herrera como treinador.

Em 25 de Maio de 1967 o modesto Celtic apresentou-se no Estádio Nacional, em Lisboa ,para disputar a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus.

Todo o favoritismo era atribuído aos italianos.

Lisboa foi invadida por uma multidão de escoceses que encheram as ruas de Lisboa e, antes do jogo, cantaram, beberam cerveja como se fosse o último dia de todas as suas vidas.

Porque, para eles, ganham ou percam, o futebol é uma festa.

Os italianos marcaram logo aos 7 minutos um golo através de uma grande penalidade e remeteram-se ao célebre catenaccio que, por aqui, ficou conhecido como ferrolho.


 O entusiasmo, dos escoceses levou-os a empatar a partida e depois dar a volta ao resultado.

Uma loucura indescritível.

Os portugueses apoiaram, incondicionalmente, os escoceses, a velha tendência para apoiar os mais fraco,s e também participaram na grande festa.

Lembro-me bem.

No dia seguinte o aeroporto da Portela era um mar de escoceses espalhados pelos bancos, pelo chão. Andaram, toda a tarde e noite, pela cidade a comemorar e esqueceram tudo e muitos acabara por perder os voos de regresso a Glasgow.

Who cares?

Ainda hoje, quando acontece o Celtic vir jogar a Lisboa, os adeptos fazem uma peregrinação ao Estádio Nacional e ali ficam a olhar para o sítio onde foram felizes.

The Lions Lisbon foi o nome porque ficaram conhecidos os jogadores que alinharam nessa tarde sol no Jamor.


Este é um recorte de um artigo publicado no Diário Popular de 26 de Março de 1967.

Nele é abordado o dilema das chamadas «viúvas do Inter».

Helénio Herrera impunha aos seus jogadores – casados e solteiros – um regime espartano que ninguém devia ignorar, sob pena de pesadas multas. 

Legenda: o anúncio do final da Taça foi publicado em O Século de 14 de Maio de 1967.     

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