quinta-feira, 17 de julho de 2014

QUOTIDIANOS


O tempo urge. Eu deveria acelerar os movimentos para chegar a tempo e, em vez disso, vejo-me obrigado, dia após dia, a mover-me cada vez mais devagar. Emprego mais tempo e disponho de menos tempo. Pergunto a mim mesmo, preocupado: Será que vou conseguir? Sinto-me compelido pela necessidade… E, contudo, sou obrigado a marcar passo, embaraçado nos movimentos, desmemoriado e portanto obrigado a deter-me para anotar tudo de que preciso em folhas que, no momento oportuno, não encontrarei.

Norberto Bobbia citado por José Tolentino Mendonça na revista do Expresso.

Legenda: fotografia do The Guardian.

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