quinta-feira, 3 de maio de 2018

ETECETERA


Há muito que os políticos estão descredibilizados.

Hélas!

Uma série desses ditos, tem feito tudo para que os cidadãos não lhes tenham respeito, neles terem deixado de acreditar.

Por uns – e eles são tantos! – pagam outros.

Sempre assim foi e não há volta a dar.

O último triste exemplo dá pelo nome de Manuel Pinho ex-ministro da economia de um governo de José Sócrates.

Entre outras variantes, Manuel Pinho é suspeito de ter recebido 15 mil euros mensais dessa coisa tenebrosa que dava pelo nome de Grupo Espírito Santo, ao mesmo tempo que recebia o respectivo vencimento ministerial.

A comunicação social estranha que Manuel Pinho ainda não tenha dito nada sobre tão escabroso caso.

Mas dizer o quê?

Que é tudo mentira?

Que não passa de mais uma cabala jornalística?

Manuel Pinho iniciou funções de ministro da Economia em Março de 2005 e, a partir de Outubro do ano seguinte, passou a acumular com as retribuições deste cargo público uma quantia mensal de 14 963,94 euros paga pelo Grupo Espírito Santo. A informação de tais transferências, de um saco azul do GES para uma sociedade offshore de Manuel Pinho no Panamá, acaba de ser incorporada no inquérito-crime onde são investigadas decisões do ex-ministro que custaram ao Estado e valeram à EDP 1,2 mil milhões de euros.

Manuel Pinho acabou por pedir a demissão de ministro quando, na Assembleia da República, num episódio lamentável, desenhou com as mãos, um par de cornos ao deputado comunista Bernardino Soares.

Uma atitude miserável, desprezível que agora talvez se perceba melhor: o homem queria sair da governação, não sabia bem como e resolveu-se pela ordinarice.
Recorde-se que Manuel Pinho foi administrador executivo do Banco Espírito Santo  de 1994 a 2005. Próximo de Ricardo Salgado e membro da Comissão Executiva do BES, era igualmente administrador de outras sociedades do GES até tomar posse como ministro.

«Em 10 de Março de 2005, cessei a minha relação profissional com o BES/GES, uma vez que aceitei o convite para integrar o XVII Governo.»

Terá , agora, que prestar contas.

Mais um processo que terá eventual resolução lá para as calendas gregas.

UMA RAPARIGA DO MEU TEMPO

Françoise Hardy, aos 74 anos, lançou o seu 2º disco, Personne d’Autre
«com a elegância e melancolia habituais», escreveu João Gobern no Diário de Noticias:

Disse em tempos:

«Creio ter chegado ao ponto em que a inspiração não me visita com a frequência indispensável. Teria de acontecer algo de verdadeiramente inesperado, quase insólito, que me levasse a regressar aos estúdios. E também que houvesse um forte sopro de energia, que me permitisse ultrapassar os problemas de saúde que me afligem nestes tempos mais chegados.»

Mas são águas passadas.

Regressa como nunca.

O que levou João Gobern  a desabafar:

«Não há ninguém como Françoise.»

Assino por baixo.


Legenda: o artigo de Pedro Adão e Silva foi publicado no Expresso de 28 de Abril de 2018.

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