Na mais profunda das
confusões
Nas vozes alteradas dos turistas
A pedirem desculpa dos empurrões
Aos vulgares passageiros, aos jornalistas
A quem todos os dias te
percorre
Quase sem dar pelo ângulo da subida
E em cada viagem também morre
Ou (pelo menos) deixa um pouco de vida
Às crianças com três
anos de idade
Na voz hesitante dos seus pais
Perdida entre o apelo da verdade
E os gostos da poupança, naturais
A todos que comigo
viajaram
E posso ter como testemunhas
E este fado comigo cantaram
Numa guitarra velha como as unhas
A todos direi; tomem
nota por favor:
não há lugares sentados neste elevador.
José
do Carmo Francisco em Transporte
Sentimental
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