«Não, a vida não é uma
festa permanente e imóvel, é uma evolução constante e rude. O Natal é a festa
das lágrimas para todos aqueles para quem ele não é a festa da inexperiência.
E, todavia, pensavam alguns que era útil não deixar de a celebrar. Que importa
que o número ou que o nome dos convivas varie em cada ano? Que importa que
alguns amados velhos faltem ao banquete? Que importa que nós mesmos faltemos
para o ano que vem na festa dos mais novos?
Esta noite de alegria para as crianças será sempre de alguma saudade para os adultos. Assim teremos a esperança terna de sobreviver, por algum tempo, na lembrança dos que amamos — uma boa vez ao menos, de ano a ano.»
Ramalho
Ortigão as Farpas Vol. I
Legenda: presépio do Palácio de Queluz

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