quinta-feira, 2 de junho de 2011

COISAS EXTINTAS OU EM VIAS DE...


Dia da espiga.
Festa da tradição pagã, também festa religiosa, designada como Quinta-Feira da Ascensão, que é o 4oº dia a partir da celebração da Páscoa.
Em alguns lugares do país, hoje é feriado local, tradição de outros tempos em que se ia para os campos, apanhar a espiga, bailaricos, merendar, aquele pic-nic de burguesas em que o encanto supremo da merenda foi um apanhar de papoilas num granzoal, seios como duas rolas saindo do ramalhete rubro das papoilas, tal como Cesário Verde deixou desenhado.
O forno aquecia, passava pela última vez a massa de alhos e pimentão pelo frango, quando a Aida entrou porta dentro, sorriso nos lábios, ramo de espiga na mão.
Esse que está aí.
As mulheres que vendem ramos de espiga pela cidade, já lhe colocam outros adornos, mas o verdadeiro ramo de espiga, aquele que a minha avó pendurava atrás da porta da cozinha, para dar sorte, tinha uma espiga de trigo (pão), malmequeres (ouro e prata), papoilas (amor e vida), um ramo de oliveira (azeite e paz), um esgalho de videira (vinho e alegria), alecrim (saúde e força).
Bom dia da espiga, boas merendas, se for caso disso…

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