domingo, 23 de junho de 2013

À CONVERSA...


Perguntaram-lhe:
 A partir do momento em que conheceste o poeta José Carlos Ary dos Santos começaste a compor em português. De que maneira é que Ary dos Santos te influenciou?

Respondeu:

É pá, eu estava uma vez à tarde no "Vavá" com o Fernando Tordo e disse-lhe que não conseguia escrever uma canção em português, que as palavras não cabiam e que estava tudo mal. Então ele virou-se para mim e perguntou-me porque é que eu não falava com o Ary dos Santos e deu-me o número de telefone dele. Telefonei-lhe às seis da tarde e às nove estava em casa dele a mostrar-lhe as músicas. E ao fim de duas horas, depois de uns Gins lá pelo meio, já havia não sei quantas letras. O Ary era um artesão das palavras, aliás, como ele disse em poemas autobiográficos, e foi uma grande escola para mim. Dominava o português se uma maneira tão genuína. E depois houve o convívio todo, íamos para a ribeira às seis da manhã, depois de termos começado com champanhe francês e acabado com Camilo Alves... vinho tinto. Era o que havia... um descalabro.


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