sábado, 24 de agosto de 2013

NOTÍCIAS DO CIRCO



O PAÍS arde.

Todos os anos o mesmo desespero: milhares e milhares de hectares de floresta ardida, vilas e aldeias cercadas pelas labaredas, habitações destruídas, perda de vidas.

Pelo meio as promessas governamentais de sempre.

Que será preciso para que os responsáveis governamentais e autárquicos, de uma vez por todas, se deixem de palavreado balofo para os directos das televisões, e criem condições precisas e concretas para que, todos os anos, os fogos não sejam uma fatalidade com que temos de nos conformar.

Um fogo florestal, como um dia escreveu Ruben de Carvalho, tem sempre um de três beneficiários: madeireiros, loteadores de construção civil e a rede de interesses ligada à eucaliptização.

Até quando?

Em Setembro esquecemos o fogo e o cheiro da terra queimada.
Em Outubro a chuva já levou a cinza.
Em Novembro apercebemo-nos de que já não encontramos a árvore onde escrevemos a canivete o nome do nosso primeiro amor.
Em Dezembro decoramos a sala com um pequeno pinheiro de plástico.
E então em Junho do ano seguinte os dias voltam a ser mais curtos e o fumo cobre-nos o corpo, entranha-se na roupa, tolha-nos a visão.
Foi isto que Solvstag me disse e é isto que vos digo.

A NAÇÃO BENFIQUISTA está em polvorosa.

O querido líder apareceu nas televisões tentando colocar água na fervura.

Mas não disse o que os benfiquistas queriam ouvir:

- por que Jorge Jesus se perpetua no lugar de treinador e não foi embora após o descalabro da última época.

- por que não são transparentes as contratações, os empréstimos, as vendas dos jogadores.

- por que se continua a apostar em obscuros jogadores estrangeiros colocando  de lado jogadores portugueses que, raras vezes, têm uma oportunidade na primeira equipa.

A isto, a muito mais, Luís Filipe Vieira nada disse.

No que ao país concerne, faz lembrar o Pedro: o rumo que o Benfica tem seguido nos últimos anos é para manter.

A família benfiquista reage muito por impulso. Vale a pena as pessoas não terem a memória curta. Não vale a pena entrar por um caminho que põe em causa o que fazemos. Nós crescemos bastante com Jorge Jesus, ele evoluiu bastante connosco. Não podemos, de um momento para o outro, cortar este ciclo. Seria terrível para o Benfica começar outro ciclo.

COMPLETAM-SE AMANHÃ 25 anos sobre o incêndio que destruiu o Chiado.

Um das iniciativas agendadas pela Câmara Municipal de Lisboa, para evocar a efeméride, inclui um simulacro do incêndio.

Pergunto-me como é possível que a estupidez, a falta de bom senso, a ausência de sensibilidade ,chegue a estádios de indigência deste tipo.

Esfregar os olhos muitas vezes, e com força, para se ficar a saber que é mesmo possível que isto vá acontecer.

O SINDICATO DA CONSTRUÇÃO CIVIL denunciou a escalada de situações de escravatura de trabalhadores portugueses do sector, quer em Portugal, onde recebem 300 euros mensais, quer no estrangeiro, para onde são levados por angariadores e redes mafiosas.

DE UM ARTIGO de Nuno Ramos de Almeida no jornal I:

Se lermos a "História de Portugal" organizada por José Mattoso, verificamos que no início do século xx, com uma população escassamente alfabetizada, "O Século" e o "Diário de Notícias" vendiam, cada um, cerca de 100 mil exemplares por dia. Em pleno século xxi, os nossos jornais têm muito menos leitores. Não foram eles que desapareceram, são os jornais, a comunicação social e os jornalistas que não estão a cumprir devidamente o seu papel de informar com qualidade. O que fazem não serve.

Legenda: imagem do Diário Digital.

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