segunda-feira, 5 de agosto de 2013

TALVEZ O PRÓPRIO MEDO DE VIVER...


Há 51 anos, Marilyn Monroe pegou no telefone.

Quis falar com alguém que não atendeu, ou se atendeu, pousou o auscultador no descanso, lentamente…
Suicidou-se com uma overdose de barbitúricos.

Ou mataram-na… simplesmente…


O que hoje me interpela na Marilyn é o seu desajustamento em face da realidade. Vejo-a sempre inadaptada, como nesse último filme inesquecível, a preto e branco, no deserto do Nevada – The Misfits. E imagino-a na fase final da vida, já separada do Arthur Miller, sozinha na sua casa de Brentwood, a deambular pelo quarto ou pelo jardim enquanto ia tomando comprimidos para a ajudarem a vencer o medo – não o medo de nenhum objecto definido, de nenhuma pessoa em especial, de nenhuma ameaça concreta, mas sim um medo mais profundo e sem remédio, um pânico sem nome, esse medo que nenhum consegue dissipar. Talvez o próprio medo de viver, que é o pior de todos.

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