terça-feira, 15 de novembro de 2022

DOS REBOTALHOS E COISAS ASSIM...


 Reconhece que, neste mês de Novembro, com as atenções centradas em José Saramago poucas possibilidades têm existido para abordar outros temas e personagens.

Estes Rebotalhos permitem hoje, uma tentativa de remediar qualquer coisinha lembrando que Agustina Bessa-Luís lembrou que num mundo de cegos e cegueiras várias, provavelmente a lucidez se perca algures.

1.

O Partido Comunista mudou de secretário-geral e os media ficaram à beira de um ataque de nervos porque o novo secretário-geral, Paulo Raimundo, não lhes deu pano para manchetes, bisbilhotices e demais coisíssimas menores que eles tanto adoram para encher espaço televisivo e manchetes de jornais.

Exemplarmente,hmbf,exemplarmente, resumiu o assunto de modo eficaz e melhor é quase impossível:

«Já que insistem, cá vai e não me chateiem com o assunto. Paulo Raimundo tem vários problemas:

1.⁰ é comunista

2.⁰ não se formou no ISCTE

3.⁰ ninguém o conhece (isto é altamente problemático, como recentemente ficou demonstrado com a atribuição do Nobel da Literatura a Louise Glück)

4. ⁰ parece ausente das redes sociais, o que torna até duvidosa a sua existência 

5.⁰ ao contrário de Donald Trump, não foi democraticamente eleito

6.⁰ mesmo não sendo conhecido por ninguém, mesmo nada se sabendo sobre ele, é certo e sabido que é mais do mesmo (a mim não me enganam, quem não os conhece que os compre, não conheço mas não gosto...)

7.⁰ não tem experiência profissional fora do partido, tendo sido padeiro, carpinteiro e animador cultural por entretenimento (sublinhe-se o exemplo de António Costa, desde que aderiu à JS com 14 anos teve uma larga e intensa actividade laboral fora da política)

Isto podia continuar, mas tenho mais que fazer. Deixem o homem trabalhar, pá. E depois venham daí as sentenças. Com propriedade, claro, que isto de condenar por antecipação é assim a modos que aposta de casino.»

2.

Nestes dias, poderemos estar a assistir a um princípio para o fim da guerra na Ucrânia?

3.

Em cada dia pressente-se que o governo de maioria absoluta do Partido Socialista é uma balsa navegando à bolina, sem qualquer fim em vista.

4.

Luís Montenegro, qual traste-picareta-falante, em cada hora, vai lembrando todos os casos em redor do primeiro-ministro que têm surgido, desde Março e quando há casos, inventa…

Um desastre falando de outros desastres!...

5.

Percalços e vergonhas várias no poder local.

Isaltino de Morais acusado de prevaricação em assuntos relacionados em negociatas com processos públicos-privados, levando atrás outros arguidos, como uma deputada do PS, um antigo autarca de Mafra.

Ainda a detenção, pela Polícia Judiciária. do presidente e vice-presidente  da Câmara de Montalegre em negócios nebulosos que envolvem 20 milhões de euros. 

5.

 O que se passou com Miguel Alves, ex-braço direito de António Costa, saído agora do governo, aponta para histórias antigas que vêm desde os tempos em que Costa presidia à Câmara de Lisboa e em que terá pago mais de 80 mil euros a Alves em ajustes directos para assessoria, para dizer ainda que o afastamento agora do sorridente Alves desafia, de maneira pornográfica, o surreal.

O vigilante Marque Mendes – futuro presidente da república?, Marcelo também saiu para Belém ido dos comentários domingueiros na TVI – disse no domingo que António Costa foi muito imprudente ao convidar Miguel Alves para o governo.   

6. Em algumas esquinas da cidade há quem lembre, com palavras simples escritas em cartazes, que os preços e lucros das grandes empresas estão a aumentar e o povo está a pagar tudo o que resulta duma especulação desenfreada.

7 

Conclua-se, por hoje, com palavas e gostos amáveis que Pedro Garcias deixou no Público de 15 de Outubro:

«Colhidas as últimas uvas, e com o derradeiro lote, da casta Sousão, ainda por fermentar, fugi às saudades da vindima e fui para Cabo Verde tomar banhos de mar, ouvir mornas e coladeras, beber cerveja Strela e acrescentar mais uma página ao meu passado. Sim, o futuro não passa de uma possibilidade e de um desejo e o presente não é mais do que nada. Tudo o que acontece, em pensamento ou acção, é logo passado. Passamos a vida a somar recordações; e se a vida é longa, ainda corremos o risco de acabar esquecendo tudo.O Outono no Douro é a mais bela manifestação do ideal de beleza de uma paisagem vinhateira. Mesmo sem uvas, as videiras são como um arco-íris em fogo, cheio de encantamento. Mas, quando chega a noite, o imenso vale, ou serei eu, parece mergulhar numa tristeza sem fim, órfão da vindima e do Verão e ainda sem força e vontade de começar tudo de novo.

O Outono no Douro é a mais bela manifestação do ideal de beleza de uma paisagem vinhateira. Mesmo sem uvas, as videiras são como um arco-íris em fogo, cheio de encantamento. Mas, quando chega a noite, o imenso vale, ou serei eu, parece mergulhar numa tristeza sem fim, órfão da vindima e do Verão e ainda sem força e vontade de começar tudo de novo.»

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