em
torno da praça e de seu solitário cedro em círculos cegos
caminhavam os
velhos
a sineta de um mendigo e a obstinada fuga à palavra (seus
eufemismos todos);
na mesa do Café Mounir, hoje à chuva, o lugar-comum do meu chá
por beber
um engulho no telefonema breve: a voz do teu filho a dizer-me que
quiseste ficar
no lugar em que a terra se te encostou ao peito largo de cedros faias
e aveleiras
coxeavam em círculos ainda assustados, sempre de mãos dadas, pela
praça do minarete
engalanada com reclames luminosos em línguas nazarenas; um cão
cego à minha beira
submergiam do aquário índigo das ruas (olhos ao alto) e cegos
jamais se perdiam
– sob as luzentes águas da montanha – de mãos dadas andavam;
um cão à tua beira
eu pousava o auscultador e o fumo subia da minha boca para um
retrato de Hayworth
pendurado em frente ao pórtico da esplanada, por detrás da
teleboutique e
das revistas:
e tu com ele para o canídeo dorso do céu – só esta noite – órfão
de estrelas
Alexandre Sarrazola em Resumo: a poesia em 2013
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