quarta-feira, 24 de outubro de 2012

MAIS UM TIRO NA CULTURA!


Hoje ficou a saber-se que Francisco José Viegas, por motivos de saúde, vai deixar de ser secretário de estado da cultura do governo de Passos Coelho.

Em Agosto, em entrevista ao Le Monde, deixara dito: eu, o editor feliz, o escritor sem preocupações, cometi este erro de aceitar um cargo político. Mas, não vamos falar disso pois não?

Só Francisco Viegas saberá o que pretendeu com a decisão de fazer parte do governo de Pedro Passos Coelho, onde pululam, aosmontes as personagens que não sabem o que é cultura e outras que, quando ouvem falar de cultura, puxam, logo da pistola.

Há quem diga que foi por vaidade, é bem provável, mas de imediato ficou no ar a ideia de que se tratava de um enorme tiro no pé.

Há vaidades que matam…

Num artigo opinião, publicado no Público Augusto M. Seabra, analisava a  (não) actuação de Francisco José Viegas à frente da cultura da nação:

O sector desapareceu com este governo. Do titular, o secretário de estado Francisco José Viegas, o que sabemos é que a sua editora está à espera que entregue um novo romance, facto revelador de todo o empenho que tem posto nas suas funções governativas, mas de resto nada original – era Viegas director da Casa Fernando Pessoa e, segundo o seu interessante blogue A Origem das Espécies, íamos estando a par das suas múltiplas e constantes viagens.
(…)
De romance em romance, os que Francisco José Viegas vai escrevendo mas suas quase permanentes horas livres no cargo de secretário de Estado, vai ocorrendo o afundamento geral das estruturas culturais em Portugal.

Juntamente com a notícia da saída de Viegas da cultura, ficou a saber-se, citação do Público, que: dias antes, a Porto Editora já tinha anunciado o adiamento para 2013 do seu novo romance, O Coleccionador de Erva, previsto para Novembro, "por decisão conjunta" do autor e da editora.
 

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