sexta-feira, 10 de agosto de 2018

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Este livro, Fruta Tocada por Falta de Jardineiro, de Jorge Listopad, editado pela Quasi, é o 1º volume que reúne a sua prosa publicada ao longo dos anos. 

A saber:

Tristão ou a Traição de um Intelectual
Contos Carcomidos
Estreitamento Progressivo
Primeiro Testamento
Secos e Molhados.

Não tenho notícia de que tenham existido mais volumes a reunir a restante prosa.

Como seríamos felizes se tivéssemos ao nosso dispor aqueles diários que Listopad fazia publicar na última página do «JL», mais as histórias do seu Coelinho.


Conta a lenda que Listopad, chegado ao Porto vindo de Praga, ou de Paris, ou de todo o lado, aprendeu português em escassíssimos meses lendo O Crime do Padre Amaro do Eça de Queiroz.

Agustina Bessa-Luís escreveu, para este livro, o prefácio e arranca definitiva:

« Falar de Jorge Listopad é para mim falar do porto. Foi lá que o conheci, e onde começámos uma amizade que o humor não permitiu que o tempo ofuscasse. O humor é, nas pessoas, um elemento terrivelmente desconhecido. Pode unir um povo inteiro como o não fazem os costumes e a própria língua.»

E mais vai dizendo que «não há como um humorista para ser poeta; delicioso e autêntico poeta. Em geral não gosto daqueles poetas a quem, como dizia Nietzche, a dor faz cacarejar como as galinhas. Nos autênticos poetas, o humor é prova duma desilusão profunda. Algo que, por subtil, não tem nome, nem aspecto. É uma sombra da dor, mas não é dor. É como o nome de Tristão – só é triste porque foi nomeado na tristeza».

Para, definitiva, acabar por escrever:

«O melhor de Listopad são os pequenos textos, questão de gostos.»

Legenda:  contra capa de Fruta Tocada por Falta de Jardineiro

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