sábado, 31 de agosto de 2019

OLHAR AS CAPAS


 O Papagaio de Flaubert

Julian Barnes
Tradução: Ana Maria Amador
Capa: Rogériio Petinga

Quetzal Editores, Lisboa, 1984

Talvez houvesse mais outra coisa. Algumas pessoas, quando envelhecem, parecem ficar mais convencidas da sua própria importância. Outras ficam menos convencidas. Há algum significado na minha existência? A minha vida vulgar não terá ficado resumida, encerrada, esvaziada de sentido pela vida um pouco menos vulgar de outra pessoa? Não estou a dizer que é nosso dever negarmo-nos face ao que julgamos mais interessantes. Mas a vida, neste aspecto, é parecida com a leitura. E como disse antes, se todas as nossas reacções a um livro já foram duplicadas e alargadas por um crítico profissional, então qual é o interesse de lermos? Apenas o facto de ser a nossa leitura. Da mesma maneira, para quê vivermos a nossa vida? Porque é nossa. E se uma tal resposta se tornar gradualmente menos convincente?

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