quinta-feira, 5 de maio de 2011

VOZ


Vindo do oeste, ao fim da tarde,
era quase branco o pássaro que pousava
naquele jardim,
na árvore do pai.
E então, como quem esquece as razões de uma
profunda mágoa,
eu podia adormecer serenamente,
ouvindo a sua voz nos ramos da cerejeira,
chamando devagar.

José Agostinho Baptista

Legenda: “Natureza morta com prato de cerejas”, pintura de Paul Cézanne

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