sexta-feira, 20 de maio de 2011

PORREIRO, PÁ!



Acabou há instantes

Chamaram-lhe o debate decisivo.

De quê?

O tal povo soberano, o que vai decidir, se acaso assistiu, percebeu alguma coisa?
Falaram-lhe do que esperava mesmo ouvir?

Não.

Nota-se o desconforto, o deixa andar, que se lixe, o assomo do sentimento de uma certa impotência.

A pré-campanha acabou, no domingo começará a campanha eleitoral.

Mais do mesmo.

Eleições para quê?

Recordo-me, em tempos de ditadura, daquela amarga frase de Miguel Torga:

“Que povo este!
Fazem-lhe tudo, tiram-lhe tudo, negam-lhe tudo e continua a ajoelhar-se quando passa a procissão”.

É isso: o povo soberano não vai decidir nada.
Porque não o ensinaram.
Porque não quis aprender.

“Se alguém se engana
com seu ar sisudo
e lhes franqueia
as portas à chegada
eles comem tudo
eles comem tudo
eles comem tudo”

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