Quadratim-I
Isabel da
Nóbrega
Prefácio:
Orlando Neves
Capa: Dorindo de
Carvalho
Diabril Editora,
Lisboa, Junho de 1976
A voz: «…Parece que em certos jardins do Oriente, para
que as flores se tornem mais bonita, para que floresçam mais depressa, com
clara confiança na sua beleza, usava-se com um cuidado e um amor bastantes,
colocar defronte de um caule viçoso, sustendo a promessa de uma flor jovem,
duas candeias e um espelho. Então a flor podia mirar-se durante a noite. E
teria assim o gozo infindável, ou ininterrupto, do deu esplendor».
Mais tarde, numa noite de lua-cheia de Junho, ela
lembrou-se, e pensou que também as pessoas poderiam colocar-se defronte umas
das outras (com cuidado e amores bastantes) para se servirem mutuamente do espelho,
e conformarem o que houvesse de beleza, de beleza insegura, de trémulo anseio
de crescer e de desabrochar.
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