domingo, 20 de novembro de 2016

O QU'É QUE VAI NO PIOLHO?


 O circo é a vida. A Grande Festa. O sorriso pintado do palhaço e, lá dentro, as lágrimas. O circo sou eu, és tu, é aquela rapariguinha que vende violetas no Parque Mayer, é o Adelininho, agora nas estradas da Europa (ainda consultará jornais de província à procura de «O Gigante», é o porteiro do Monumental e os porteiros de todos os cabarés, são as raparigas do Bolero e as outras de todos os bares, de todos os cais. O circo somos nós todos – como dizia antigamente o poeta – ou ainda mais (digo eu).

Eduardo Guerra Carneiro em Como Não Quer a Coisa

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