segunda-feira, 28 de novembro de 2016

SARAMAGUEANDO


José Saramago sempre foi um defensor da revolução cubana e admirava Fidel.

Na longa conversa que manteve com João Céu e Silva, disse:

«Era inevitável que o Fidel, pela idade e pela doença, tivesse que retirar-se um dia. E não é insignificante que a transição de um homem que foi tantos anos o condutor de um país, ao chegar a hora da retirada, se faça de uma maneira mecânica, automática r sem traumas. Ainda falta saber o que é que vai acontecer, porque por aquilo que vimos a renovação geracional que terá de haver não aconteceu ainda. Continua a ser a velha guarda, o que não me parece mal porque se é uma velha guarda que está pensando que efectivamente há que mudar e prepara essa transição. Cuba não é fácil. Porque castritas ou fidelistas, gente que em Cuba considera que Castro é quase um deus é muitíssima, estão lá e querem pelo menos que se respeite a figura e mais tarde a memória desse homem.»

Em 2003, Saramago desagradado com a execução de três dos autores do desvio de um barco, escreveu:

«Cuba não ganhou nenhuma heroica batalha fuzilando esses três homens, mas perdeu a minha confiança, destruiu as minhas esperanças e defraudou as minhas expectativas.
Aqui cheguei. De agora em diante, Cuba seguirá o seu caminho, eu fico.»

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