quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

TERTÚLIAS NO MARTINHO DA ARCADA


No dia 7 de Janeiro de 1782 abria as portas na Praça do Comércio a Casa da Neve, primeira designação do café que ao longo do tempo passou por vários nomes - e cuja história está irremediavelmente ligada ao nome de Fernando Pessoa. Depois da Casa da Neve chamar-se-ia, a partir de 1784, a Casa de Café Italiana. Anos mais tarde, em 1795, passa a Café do Comércio e em 1824 o nome oficial muda para Café da Arcada do Terreiro do Paço e, seis anos mais tarde, passa a chamar-se Café Martinho, designação que mantém até hoje. Martinho era apelido do dono nessa altura, que o quis distinguir (da Arcada) do outro café que abrira com o nome de Café Martinho do Camões.

Conta a lenda que foi no Martinho da Arcada que Fernando Pessoa terá tomado um último café, na companhia de Almada Negreiros, o amigo poeta e pintor, três dias antes de falecer.

A mesa ainda lá está.

Após o Nobel, a gerência, atribuiu uma mesa a José Saramago.

No Livro de Visitas do Café, Saramago escreveu:

Que palavras poderei escrever na minha mesa? Provavelmente não há outra melhor que a mais banal de todas. Obrigado.

Leio no Diário de Notícias que Luiz Machado vai retomar as tertúlias que, a partir de 1991, volta e meia, tem organizado no Martinho da Arcada, onde já levou personagens como Álvaro Cunhal, Mário Soares, Amália, Siza Vieira, Eusébio ou Júlio Pomar.

Para Luís Machado, escritor e jornalista, o Martinho da Arcada começou por ser o sítio onde ele bebia um cafezinho quase diário com a namorada que vivia na margem sul do Tejo e ali chegava de barco nos anos 70.

As tertúlias recomeçam no dia 20 deste mês com Eunice Muñoz e terminam a 4 de abril com o Presidente da República.

O preço, com jantar incluído, é de 20 euros.

Sem comentários: