sábado, 18 de março de 2023

GIN E PIMENTAS


 

Só sei de uma maneira de beber gin. A receita clássica, ou seja:

Gelo, rodela de limão de casca amarela, aprisionada entre os cubos de gelo, gin e água tónica, de preferência Schweppes que, lamentavelmente, por estes sítios não tem quinino, apenas essência.

Num jantar familiar impingiram-me gin num enorme balão.

Não armei um enorme pé-de-vento que noutros tempos teria saído.

Mas já estou velho!...

Simpaticamente apenas perguntei o que é que estava junto com o gin. Disseram-me que era zimbro, cardamomo, pimenta cubeba, pimenta rosa, pimenta sichuan, anis estrelado.

Sorri e lembrei-me do Mário-Henrique Leiria, o escritor que bebia Gin. 

E obrigatoriamente lembrar que o Público, na sua «colecção composta de 10 obras de grandes autores, raras ou descontinuadas nas editoras, que foram escolhidas pelos leitores, através de votação, a partir de 188 títulos sugeridos», publicou, no dia 4 de Março, como primeiro volume os Contos do Gin-Tonic do Mário-Henrique Leiria.

Comprem, leiam esta autêntica maravilha.

Também uma velha história: o meu avô, nos jantares de domingo, uma vez por mês, o dinheiro era muito curto, comia-se galinha assada no forno, no final bebia uma gotinha de Genebra.

A garrafa durava uma eternidade e, depois de vazia, servia de botija para as noites de Inverno.

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