sábado, 4 de março de 2023

OLHARES


 Esta fotografia tirada, pela Aida, há largos anos, na tabacaria à porta da Brasileira do Chiado, reúne uma série de coisas que, se não estão já extintas, estão em vias disso: cafés, jornais, revistas, algo mais.

O Armindo, às segundas-feiras, depois das reuniões do Juvenil do Diário de Lisboa, com o Mário Castrim, apesar de saber dos pides que pululavam sentados nas mesas, gostava de beber o café na Brasileira.

O Armindo, para fugir à Guerra Colonial, acabaria, juntamente com o Zé Ferraz, por fugir para França.

Com imensa pena, perdi-lhes completamente o rasto.

Daniel Blaufuks no seu Lisboa Cliché, mostra uma fotografia sua, uma tabacaria, sem referência de nome e deixou estas palavras:

«Uma tabacaria onde, além dos óbvios cigarros e charutos, se vendem igualmente jornais, revistas, lotarias, brindes, brinquedos, água, rebuçados, totobola, isqueiros, lenços de papel, incenso e por aí fora.

Foi numa tabacaria destas que eu vi, numa terça-feira de manhã cedo e pela primeira vez, uma fotografia minha impressa, depois de ter descido as escdas a correr, ansioso por comprar o Blitz, um semanário de música e espectáculos com o qual tinha começado a colaborar na semana anterior.»

1 comentário:

Seve disse...

BLITZ-Excelente jornal!