domingo, 17 de agosto de 2025

MAR CÃO


 «A morte no Mar é uma morte antiga, uma morte ancestral, uma morte que mexe na nossa memória de povo que já foi de marinheiro e pescadores. Nas vilas e nas cidades da costa, onde subsistem as últimas comunidades de pescadores, ela lá vem, todos os anos, com o seu gadanho, ceifar uns homens e uns miúdos que ganham a vida sempre no limiar do perigo, Lembrar-lhes do poder do mar, da frágil fronteira que dada barco tem com um fundo escuro e verde e branco e azul, belo de fora, belo de longe, terrível de perto. Mata os homens e deixa as mulheres de negro, com raiva ao mar. Mar cão.»

José Pacheco Pereira em Personalia

Legenda: imagem Tripadvisor, tirada daqui.

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