segunda-feira, 25 de agosto de 2025

O OUTRO LADO DAS CAPAS

Chegámos ao derradeiro volume da colecção sobre o 25 de Abril que o Público, durante 10 meses andou a publicar.

Chama-se OÚltimo Dia da PIDE (26 de Abril no Porto).

Publicado em Outubro de 1974, O Último Dia da PIDE: 26 de Abril no Porto reúne um conjunto de fotografias de António Amorim, obtidas logo após o 25 de Abril. «As imagens da PIDE-DGS no Porto estão indissoluvelmente ligadas a tantos vivos e mortos que ali foram torturados. E será com a trágica recordação dessas imagens que o povo português saberá dizer não ao fascismo. O fascismo não voltará a Portugal. O fascismo não passará», escreve Raul Castro no prefácio do livro, que conta ainda com poemas de Orlando da Costa, Luís Veiga Leitão, Egito Gonçalves, Fernando J. B. Martinho, Fernando Assis Pacheco, João Rui de Sousa, Daniel Filipe, Papiano Carlos e Luísa Ducla Soares, e depoimentos de ex-presos políticos.

Há quem não saiba o que foi o 25 de Abril, há quem não saiba o que foi a Pide.

Esta Colecção ajuda a que se possa voltar a um tempo de desespero, depois a um tempo em que a esperança percorreu as ruas e praças do país.

O que éramos?

O poeta Fernando Assis Pacheco, no poema A Minha Geração, escrito em 1963, recorda o que foi esse tempo:


A minha geração é de esperança,

de trabalho e esperança, e de canções difíceis.

A minha geração escreve poemas

com o mesmo suor que ao calceteiro

corre da fronte, quando martela a rua.

 

Não deveis enganar-vos: cada verso

tem um selo fraterno caminhando

para a branca cidade sob o sol.


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