quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

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O gin está na moda.

Um projecto que, segundo leio, chama-se Gin Lovers.

Tem site, facebook, revista trimestral, bar próprio, loja online, workshops e já instituíram o Dia Nacional do Gin, que não sei quando calha, porque dias do gin são os dias todos do ano, assim o fígado deixasse.

O Mário Henrique-Leiria se andasse por aqui talvez dissesse bem-vindos ao clube, mas acrescentaria para não apaneleirarem a melhor bebida do mundo, uma coisa simples de mais para lhe meterem acessórios como frutas exóticas, coentros e rabanetes.

Gelo, rodela de limão, casca amarela, aprisionada entre os cubos de gelo, gin e água tónica, de preferência Schweppes que, lamentavelmente, por aqui não tem quinino, apenas essência.

Parafraseando um poema do Vinicius de Moraes: o gin é a arte do encontro.

A Raínha-Mãe, que morreu com 101 anos, a mulher mais perigosa da Europa, no dizer do déspota Adolfo Hitler, era uma pura e dura bebedora de gin.

Muito antes de chegar ao Beefeater, ao Bombay, ao Tanqueray, andei em iniciações com este Gin da Âncora, também o Bols, o inevitável Gordon’s.

O meu avô, nos jantares de domingo, uma vez por mês, galinha assada no forno, bebia uma gotinha de Genebra.

A garrafa durava uma eternidade e, depois de vazia, servia de botija para as noites de Inverno.

O anúncio foi tirado da edição do Diário de Notícias de 4 de Maio de 1967.

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