Em Setembro e Outubro de 1973, percorremos a Europa em
digressão, depois de Goats Head
Soup sair. Tínhamos agora na banda o Billy Preston nos teclados, sobretudo
no órgão, que se manteve connosco até 1977. O Billy tinha aparecido na cena
como um meteoro, tocando com o Little Richard e quase se tornando num quinto
Beatle, para não falar da sua própria música, que tantos hits produziu. Nasceu
em Houston, na Califórnia, e era um músico, soul e gospel que
praticamente tocou com todos os melhores artistas. Acompanhavam-nos ainda dois
trompetistas, dois saxofinistas e dois teclistas – O Billy no órgão e o Nick
Hopkins no piano.
O Billy trouxe aos Stones um novo som. Basta ouvir o
que gravámos com ele, como Melody,
para perceber que ele encaixava perfeitamente na banda. Mas quando tocávamos ao
vivo, o gajo não ficava descansado enquanto não punha o selo bem escarrapachado
em cada canção. Estava habituado a ser uma estrela por direito próprio. Uma vez
em Glasgow, estava a tocar tão alto que abafava o resto da banda. Chamei-o aos
bastidores e mostrei-lhe a minha navalha. «Sabes o que é isto, Bill? Caro
William, se não baixas imediatamente o volume dessa merda, vais conhecê-la de
perto.» Isto não é um concerto dos Rolling Stones e do Billy Preston. Tu és o
teclista dos Rolling Stones. Mas na maior parte das vezes, não era coisa que me
aborrecesse. Sei que o Charlie adorava a influência jazzística e fizemos coisas
óptimas juntos.
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