Um milhão de whiskies,
uma tonelada de cigarros, levaram-no aos 58 anos.
O que é que está toda agente para aí a sussurrar?
Tenho um cancro. Por amor de Deus, não é uma doença venérea.
Casablanca não é uma obra-prima do cinema, mas um filme
de cenas, e momentos inesquecíveis.
Casablanca é o
meu pai a contar-me das manifestações de jubilo quando o filme estreou em 1945,
no Politeama, dez semanas de exibições, Bénard da Costa dixit.
O meu avô também
me falava desses momentos inesquecíveis, ele dizia sublimes.
O filme só «pega fogo» quando Ingrid Bergman entra no
Rick´s bar e Sam para de tocar e olha para ela. Nunca o olhar de Ingrid foi tão
quente, tão desarmado, tão húmido como quando lhe pediu que lhe tocasse ( não«outra vez», mas pela «primeira vez» o »As Time Goes By». Nunca o olhar deBogart foi tão cerrado, tão frio, tão seco como quando ouvindo a música antesde ver Ingrid, diz «Sam, I thoght I told you never to play…» E depois (secretosinal de Sam) o contracampo. Rick vê Ilsa e nós vemos tudo em Rick e el Ilsa,quando ainda não sabemos da missa o início quanto mais a metade. (João Bénard da Costa, Os Filmes da
Minha Vida).
De todos os bares do mundo ela tinha que entrar logo
no meu.
É uma chatice,
mas gosto de todos os filmes de Bogart, mesmo aqueles em que as coisas não lhe
saem bem e ele parece que anda a navegar.
Mas há Ter Ou
Não Ter, Bogart dizia que a rodagem do filme foi o tempo mais feliz da sua
vida e Leonor Pinhão (post a seguir) fala dos quês e porquês deste filme único.
Se precisares de
mim é só assobiar. Sabes
assobiar, não sabes, Steve? Basta juntar os lábios e soprar.
Dizia que não se
deve confiar num homem que não beba, porque tem sempre qualquer coisa a
esconder e, segundo a lenda, as suas última palavras terão sido que nunca
deveria ter trocado o whisky pelos Dry Martinis.
John Huston na
cerimónia fúnebre:
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