Vergílio
Ferreira faria hoje 99 anos.
Diversas
leituras, em diversos tempos, para além de reconhecer que há páginas bem
interessantes nunca me emprestaram entusiasmo.
Acontece-me o
mesmo com Miguel Torga.
Um homem amargo
.
Numa entrevista
a Mário Ventura, este lembra-lhe que escreveu em Conta-Corrente: «Deus
errou os meus cromossomas de estar em companhia» respondeu que gosta de
estar com os outros, gosta muita da companhia das pessoas, mas é possível
que não lhes faça muito boa companhia.
Não declaradamente
confessado, lamentou que os seus pares não o tivessem proposto para o Prémio
Nobel.
Janeiro de 1978:
O Torga foi pela terceira vez nomeado para o prémio
Nobel. Era bom que o conseguisse. Estamos precisados de divisas.
Fevereiro de
1981:
A mulher diz-lhe
que a Agustina Bessa-Luís foi proposta para o Nobel.
Comentário:
Oxalá traga as divisas para ajudar às despesas
públicas.
Dezembro de 1982:
Dos escritores portugueses, por que raio serei o mais
detestado dos confrades? Dou voltas à mioleira e não topo com uma resposta. Ou
por outra, encontro apenas uma, por qualquer lado que enfie: é eu ser realmente
bom. Tinha piada que fosse verdade.
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