quarta-feira, 14 de outubro de 2020

TIRADAS


Vou dar um giro pelo Minho e, quando regressar, não quero ouvir mais falar de Cuba nem do Woody Allen. E tenho a certeza de que vocês também não...

Por isso até lá peço desculpa de vos sobrecarregar com o envio daquilo que já tinha em esboço.

A boa notícia é que durante 15 dias não ouvirão falar de mim...!

Esta é curtinha e é sobre W.A. e o drama das gorjetas.

Confesso que também o tenho... Mas a mim sucede-me o contrário, com uma Mulher a puxar-me sistematicamente o braço a dizer para não dar nada ou dar qualquer coisa que, a mim, me parece demasiado mixuruca... !  

"Uma ocasião senti-me inseguro quanto a dar gorjeta à rapariga do bengaleiro, por me ter emprestado uma gravata. Nesses dias, uma gorjeta era um dólar, e a questão não era o dinheiro, eu só não sabia ao certo qual seria o protocolo. Perguntei a Phil Foster: "Dou-lhe uma gorjeta?" Ele respondeu: "Tens dez dólares?" Eu disse que sim. "Dá-mos", disse ele. Assim fiz. Phil entregou o dinheiro à menina. "Meu Deus!", disse eu. "Dez dólares? Nunca dei dez dólares a uma rapariga do bengaleiro". "Vais lembrar-te sempre deste momento", disse ele, "E lembrar-te-ás sempre de dar gorjeta. Se ela te emprestar uma gravata, um casaco, dás gorjeta. Não mais te vais esquecer". Já agora, não era uma questão de ser forreta quanto a gorjetas. Simplesmente não percebia as questões mais delicadas, de tal forma que, certa vez, dei gorjeta a um oficial de justiça que entregou uma intimação." 

(Pág. 129)  

Woody Allen em A Propósito de Nada

Colaboração de Luís Miguel Mira

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