segunda-feira, 24 de outubro de 2022

OLHAR AS CAPAS


 Memórias de Adriano

Marguerite Yourcenar

Tradução: Maria Lamas

Prefácio: Isabel Alçada

Capa: Rui Garrido

Colecção Essencial nº 20

Leya/Livros RTP, Lisboa, Janeiro 2018

Assegurei-lhe o futuro; ele não gosta da Itália; poderá realizar o seu sonho que é voltar a Gádaros e abrir ali com um amigo uma escola de eloquência; não tem nada a perder com a minha morte. E contudo, o frágil ombro agita-se convulsamente sob as pregas da túnica; sinto sob os meus dedos lágrimas deliciosas. Adriano terá sido humanamente amado até ao fim.

Almazinha, alma terna e flutuante, companheira do meu corpo, de que foste hóspede, vais descer àqueles lugares pálidos, duros r nus onde terás que renunciar aos jogos de outrora. Contemplemos juntos, um instante ainda, as praias familiares, os objectos que certamente nunca mais veremos… Procuremos entrar na morte de olhos abertos.

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