Poderá um não crente falar do Paraíso?
E
o que é o Paraíso?
Jorge
Luís Borges sempre imaginou o paraíso como uma espécie de Biblioteca.
Há
dias, encontrei num número antigo da Seara Nova (nº 1447, Maio de 1966), um
poema de André Frénaud traduzido por José Fernandes Fafe a que chamou Não Há
Paraíso dedicado a Dylan Thomas que no decurso de uma conversa, imaginando e
sonhando, tinha gritado: «Eu queria fazer ouvir a música do Paraíso»:
Não tenho o poder de
ouvir
Não recebi o condão de
imaginar
a música do ser
Alimenta-se de um
não-amor
o meu amor
Só excitado pela recusa
avanço
Leva-me nos seus
grandes braços de vazio
O seu silêncio
separa-me da minha vida
Ser serenamente a arder
que eu cerco
Quando nos olhos enfim
vou atingi-lo
já a sua chama os meus
vazou
e transformou-se em
cinzas
Depois
que importa o murmúrio
miserável do poema
Que é nada, e não o paraíso
Vangelis
compôs a música para o filme de Ridley Scott 1492: Conquista do Paraíso.
A
cantora belga Dana Winner canta a canção Conquista do Paraíso.
É esta a nossa Música da Manhã.

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