sexta-feira, 7 de novembro de 2025

VELHOS RECORTES


Sempre me considerei de esquerda, nunca de centro-esquerda.

Isso não invalida de modo algum que me interesse por tudo o que diz respeito à história do meu país, a de ontem e a de hoje.

Pela casa existe um vasto dossier sobre Francisco Sá Carneiro.

Por mera curiosidade apresentarei dois ou três documentos, bem como pormenores de uma entrevista de 3 páginas que Sá Carneiro deu ao República de 11 de Janeiro de 1972 com o título: «Sá Carneiro – Até agora não vejo que tenham sido realizadas as reformas indispensáveis no sentido de assegurar a efectiva existência dos direitos e liberdades da pessoa, nem o equilíbrio dos poderes».

Alguns destaques da entrevista;

«Um socialismo que respeite a liberdade e a dignidade da pessoa humana e que seja, portanto, nesse aspecto, um socialismo perfeitamente consentâneo com o personalismo parece-me indispensável no mundo de hoje.»

«Se amanhã me pudesse enquadrar em qualquer partido, estou convencido de que, dentro dos quadros da Europa Ocidental, comummente aceites, iria pata um partido social democrata.»

«Não prevejo a possibilidade de acção política depois de terminado o mandato.»

«Os partidos políticos são uma constante que se tem revelado indispensável não só ao sufrágio, como à própria existência de vida política ligada ao parlamentarismo.»



«Não vejo sequer que uma mudança de pessoas alterasse a situaçãp de manutenção do regime.»

O jornalista do República faz uma última pergunta a Sá Carneiro:

- O que irá pensar o Prof. Marcelo Caetano se ler esta entrevista?

- Não faço a mínima ideia.

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