Encontro-as por acaso numa ilharga
sombria
do caminho. São amarelas.
Reluzem
como um sol que arda na noite.
Estas
flores tão densamente de ouro,
eriçadas
de estames que parecem
a
pelagem dum gato posto à prova,
a
mim, que me comovo com igrejas singelas
de
preferência a grandes catedrais,
mostram
um esplendor totalmente inesperado
neste
chão de pedra que ninguém diria
poder
florir assim.
Ó
flores cujo nome desconheço,
prolongai
esse fulgor humilde em cada dia
de
que ainda disponho para ver as flores,
antes
de as flores virem ter comigo.
A.M.Pires
Cabral em Gaveta do Fundo
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