O poeta russo, Vladimir MaiaKovski, expressava:
Não é difícil morrer. Viver é muito mais.
Outro russo, Anton Tchekov:
Procurava o seu
habitual medo, o anterior medo da morte e não o encontrava. Onde estará ela?
Qual morte” Não tinha medo nenhum, porque também não havia morte.
Em lugar da morte havia uma luz.
- É então isto? – disse ele de súbito em voz alta. Que alegria!
Para ele tudo aquilo aconteceu num único instante e o significado desse
instante já não mudou. Mas para aqueles que estavam presentes a agonia dele
prolongou-se ainda por duas horas. Qualquer coisa fervilhava no peito dele; o
seu corpo extenuado estremeceu. Depois o fervilhar e os estertores tornaram-se
menos frequentes.
- Acabou-se! – disse alguém por cima dele.
Ele ouviu estas palavras e repetiu-as na sua alma. “Acabou-se a morte – disse a
si mesmo – Já não existe.”
Inspirou o ar, parou a meio de um suspiro, esticou-se e morreu.
Lembremos aquele poema do Mário Sá-Carneiro:
Quando eu morrer batam
em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Poderia procurar músicas que acompanhassem o dia de hoje, um certo cinzentismo, uma certa melancolia, mas não, pensemos de outro modo, canções e músicas que, para quem os tem, ajude a levar para longe os fantasmas.
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