Quantos
anos depois?
Continuamos
a recordar quem não queremos esquecer.
Citar
Herberto Helder:
«Morrer era agora minha
liberdade, e eu tinha a vida inteira para executá-la pormenorizadamente.»
Há
dois géneros de pessoas: as que acham que tudo se passa no principio e as que
acham que tudo se passa no fim. Foi isso que T.S. Eliot escreveu:
«In my beginning is my end».
Ou
como diria o vagabundo no bar irlandês, acabando a última Pin:
Life
is a bitch… and then you die.
Miguel
Torga diz que o homem é em si uma solidão:
«Nascemos sós, vivemos
sós, morremos sós.»
Uma
prosa existente na papelada da casa e que não consigo saber o autor, ou os
papéis de onde copiei, num guardanapo de café de bairro, a citação:
«Todos devemos deixar qualquer coisa atrás de nós, ao morrermos, dizia o meu avô. Um filho, um livro, um quadro, uma casa, uma parede ou um par de sapatos. Ou ainda um jardim plantado de flores. Qualquer coisa que a mão tocou e para onde irá a alma no instante da morte. E quando as pessoas olharem essa árvore ou essa flor que plantámos nós, estamos lá, sob os seus olhos.»

2 comentários:
Pois, pois, pois...
curiosamente, a vida também é isto.
Onde é a estrada?, caro Luís.
O poeta-pregador José Tolentino de Mendonça lançou um dia a interrogação:
E se pensar na morte fosse a melhor maneira de dar valor à vida?
O ateu que sou, arrepia-se…
Voemos para outro lado:
«À beira do fim há sempre tanta coisa que começa!
Será isto medo de morrer e o desejo (para quê?) de deixar tudo arrumado? Para quem?»
Mário Dionísio
«Tenho tudo em meio e já não me restam muitos anos para acabar o que está e há-de vir.»
Mário Sacramento
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