sexta-feira, 9 de abril de 2021

NÃO SE ACORDA UM POVO QUE DORME

Cuidado, pise-se com cautela, porque estamos no cerne das demagogias. Um passo em falso e é-se trucidado. Nesta caverna, há um povo dormente que pode ser açulado por quem conheça a fórmula facílima. Fale-se baixinho e à puridade. Nunca se acorda um povo que dorme.

O povo é sábio? Não - cicie-se -, nunca em parte nenhuma e em nenhum tempo, um povo foi sábio. Há por aí bibliotecas e registos de quatro mil anos de História. Queiram ter a bondade de descobrir um momento qualquer, mesmo fugaz, em que, nesta trapalhada sanguinária e milenar, um povo tenha sido sábio.

Mário de Carvalho em O Que Eu Ouvi Na Barrica Das Maçãs

1 comentário:

Sammy, o paquete disse...

Nunca devemos esquecer as razões porque, segundo a Bíblia, Pilatos lavou as mãos: ele pediu que o povo escolhesse quem seria crucificado.