A tarefa fotográfica tinha por finalidade o enquadrar uns barcos colocados no Tejo, não lembro para que acontecimento.
Eduardo Gageiro, a determinado tempo, fez por esquecer
os tais barcos e barquinhos e esgalhou
uma das mais brilhantes fotografias que consegue mostrar a solidão do homem de
Santa Comba, que, vindo de Coimbra, colocou a vida dos portugueses, durante
perto de meio , num inferno.
Salazar passava alguns dias de férias no Forte de
Santo António no Estoril onde, por uma manhã de Agosto, caiu de uma cadeira e iniciou
o seu fim.
O calista Hilário
preparava-se para fazer o seu trabalho e Salazar, com o Diário de
Notícias na mão, sentou-se numa cadeira de lona.
Acabou por cair e bater
com a cabeça nas pedras da esplanada do Forte.
Manuel Marques, barbeiro de Salazar disse aos jornalistas que Salazar tinha a mania de se sentar atirando-se para cima das cadeiras,
O poeta António Gedeão contou o episódio aos filhos dos seus netos:
«Costumava o nosso homem, para descansar o corpo, e especialmente o cérebro, do assédio das preocupações da governação, sentar-se, olhando o mar, no isolamento pastosos de uma esplanada do forte de Santo António do Estoril, situado na linha das praias, a pouca distância de Lisboa. Aí, só, irremediavelmente só, aconchegava-se na cadeira de repouso, cerrava as pálpebras e dormitava na paz do Senhor, embalado pelo sussurro das águas.»
Mas a Lupa acabou a deslizar por um dos Bilhetes de Colares de Mr. A. B. Kotter:
«Oh Senhor professor, por amor de Deus, quem passava o verão no Forte em 1940 eram as meninas de Odivelas, indignou-se a fiel Margarida, quebrando a regra sagrada de não falar enquanto se serve à mesa. E, perdida por cem, perdida por mil, acrescentou: «Nessa altura não iam para a praia de maminhas ao léu.»
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