sábado, 28 de junho de 2025

MÚSICA PELA MANHÃ


No extracto que apresentámos da homenagem que Helder Macedo prestou a Nuno Júdice, publicada na revista Colóquio-Letras, fala-se de um pássaro capturado numa gaiola que não cantava. 

A ideia encaminhou-nos para a aparição de Francisco Fanhais no Zip-Zip a cantar um poema de Sebastião da Gama.

 

ORFEU ATEP 6325

Fotografia de Augusto Cabrita.

 

Cantilena - Sebastião da Gama/Padre Fanhais

Juventude - João Apolinário/Padre Fanahis

Areia da Praia - Manuel Pina/Padre Fanhais

Canção do Vento - Trecho biblico/Adaptação Pedro Lobo Antunes

Em 1969, um padre, Francisco Fanhais de seu nome, apareceu no Programa Zip-Zip, a cantar a balada Cantilena, com música de sua autoria, para um poema de Sebastião da Gama.

Nesse mesmo ano publica o EP a que dá o seu nome: Padre Fanhais.

Vindo do sector progressista da Igreja Católica, o Padre Fanhais desenvolve trabalho político contra a ditadura. Proíbem-no de cantar, exercer o sacerdócio e dar aulas nas escolas oficiais.

Em 1971 emigra para França e, após o 25 de Abril, regressa a Portugal e passa a colaborar nas Campanhas de Dinamização Cultural do MFA.

 

Cantilena

 

Cortaram as asas

ao rouxinol !

Rouxinol sem asas

não pode voar.

Quebraram-te o bico,

rouxinol !

Rouxinol sem bico

não pode cantar.

 

Que ao menos a Noite

ninguém, rouxinol !

ta queira roubar.

Rouxinol sem Noite

não pode viver...

(Texto publicado em 3 de Abril de 2010)

Sem comentários: