No extracto que apresentámos da homenagem que Helder Macedo prestou a Nuno Júdice, publicada na revista Colóquio-Letras, fala-se de um pássaro capturado numa gaiola que não cantava.
A ideia encaminhou-nos
para a aparição de Francisco Fanhais no Zip-Zip a cantar um poema de
Sebastião da Gama.
ORFEU ATEP
6325
Fotografia de
Augusto Cabrita.
Cantilena -
Sebastião da Gama/Padre Fanhais
Juventude -
João Apolinário/Padre Fanahis
Areia da
Praia - Manuel Pina/Padre Fanhais
Canção do Vento - Trecho biblico/Adaptação Pedro Lobo Antunes
Em 1969, um padre, Francisco Fanhais de seu nome, apareceu no Programa Zip-Zip, a cantar a balada Cantilena, com música de sua autoria, para um poema de Sebastião da Gama.
Nesse mesmo ano publica o EP a que dá o seu nome: Padre Fanhais.
Vindo do sector progressista da Igreja Católica, o Padre Fanhais desenvolve trabalho político contra a ditadura. Proíbem-no de cantar, exercer o sacerdócio e dar aulas nas escolas oficiais.
Em 1971
emigra para França e, após o 25 de Abril, regressa a Portugal e passa a
colaborar nas Campanhas de Dinamização Cultural do MFA.
Cantilena
Cortaram as
asas
ao rouxinol !
Rouxinol sem
asas
não pode
voar.
Quebraram-te
o bico,
rouxinol !
Rouxinol sem
bico
não pode
cantar.
Que ao menos
a Noite
ninguém,
rouxinol !
ta queira
roubar.
Rouxinol sem
Noite
não pode
viver...
(Texto publicado em 3 de Abril de 2010)

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