Os Filhos de Monte Gordo
José Carlos
Barros
Capa: Inês
Sena
Fundação
Francisco Manuel dos Santos, Lisboa, Fevereiro de 2025
É difícil, hoje, uns 250 anos depois,
com os turistas a deambular na baixa-mar, deitados ao sol ou resguardados por
palhotas, mergulhando na ondulação do levante ou nas águas paradas da baía,
cobrindo a quase totalidade dos areais que vão de Cacela à foz do Guadiana,
sentados nas esplanadas passeando nos passadiços sobrelevados, comprando bolas
de Berlim ou jogando à raquetes, imaginar esse tempo, na segunda metade do
século XVIII, em que havia mais de 3 mil homens envolvidos directamente na
pesca (quase tantos como a população total de Monte Gordo na actualidade), umas
5 a 8 mil pessoas a viverem nestes areais durante a quase metade da safra da
sardinha, em cabanas de estorno, mas já então com uma igreja de pedra e cal no
monte de areia mais elevado, o monte gordo da zona central do aglomerado, a unir em identidade,
pela devoção mariana, esta comunidade formada por gente de tão desencontradas
geografia e culturas.
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