segunda-feira, 9 de junho de 2025

SEM PALAVRAS

Não direi hoje o teu nome

terra que eme viste nascer.

Guardo-o cá dentro,

à espera do dia

em que ressoar bem limpo

de lamentos e renúncias.

Guardo-o cá dentro,

para que a sua força

se não torne uma vez mais

um revérbero estéril.

Não direi hoje o teu nome,

que de mais o usaram

todos os aduladores…

e aqueles filhos teus que esperam

fazer dele

um trampolim,

e os que vivem imersos

no pasmo

que os fará crianças para sempre

Não direi hoje o teu nome

porque não é com palavras

que acenderemos a estrela

no pano da bandeira.


Félix Cucurull em Vida Terrena

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