Do interior do longo casarão, ninguém respondia. A chaminé de tijolo vermelho erguia-se acima das telhas com um punho parado. A imagem dum punho gigante erguido, saído duma realidade decadente como era a fábrica, desafiando alguma coisa que não se via mas deveria permanecer no ar como uma ameaça. Uma torre de segurança, a segurança própria do diamante.
Lídia Jorge em O Vento Assobiando nas Gruas, Publicações Dom Quixote, Lisboa Outubro 2002.
Legenda: chaminé vista das Portas do Sol em Lisboa
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