terça-feira, 19 de junho de 2012

POSTAIS SEM SELO


-   Lá fora apagaste a luz, amor?
-   Apaguei.
 -    E fechaste o gás, meu amor?
-    Sim , fechei.
-    Mas há uma porta que range... Tinha de ser...
-    Eu vou fechá-la, amor, eu vou já ver. Era a porta da varanda. Abria-a de para em par. A fresca noite entrou. É noite. É Junho, amor, e estamos vivos. E não estamos sòzinhos. Oh, esta alegria de não estarmos sós.

Isabel da Nóbrega em Viver com os Outros, Portugália Editora, Lisboa Outubro 1965.

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